quarta-feira, 21 de setembro de 2022

Confusão particular

Me pede pra estar
Me pede pra ficar
Me pede pra ir
Me pede tempo

Não me pede 
E eu faço
Eu faço
Não quer
Não faço
Gostaria que tivesse feito

Confuso

Me deixa
Não me deixa
Me abraça
Não me abraça
Me trás pra perto
Me deixa ir
Não sei onde ir.

Me chama
Me encontra 
Me busca
Disfarça
No impulso
Não vem. 

Me manda embora
Ou me leva pra casa
Que casa?
Nos seus pensamentos. 

Me escuta
Me grita
Me ignora 
Me evita
Me empurra pra longe 
Se afasta 
Volta? 
Só quando quiser.

Seu tempo
Meu tempo
Sem tempo.
Ele passa 
Não passa
Escorre como água 
Voa com o vento
E não sabemos pra onde vai. 
Só vai.

Paro
Não paro
Estaciono
Espero
Sem pressa
Com pressa
Não entendo!

Nas estações correndo
Sempre sem tempo
Me escolhe em momentos
E é assim
Lembra de mim?!

Aqui e ali
Em todo lugar
Mesmo sem lugar
No mesmo lugar.

Julho de 2022 - acho que nunca escrevi algo tão real. 

sábado, 7 de maio de 2022

Palavras soltas

Nesse dia gelado,
Logo de manhã...
Fiquei pensando e repensando 
Tentando analisar qualquer coisa que fizesse sentido
Mas no final das contas, nada faz.

Sobre algumas palavras ditas ao vento.
Lançadas como flecha
Sem que perceba.

Pensei e repensei.
Sobre o sentido delas
Sobre quando ditas
Sobre quando ocultadas
Sobre quando silenciadas
Sobre quando gritadas
Sobre quando ditas em um momento de raiva
Em momentos de dor
Em momentos de frustações
Em momentos de alegria
Em momentos de nostalgia
Em momentos.
Palavras soltas....

Qual o real sentido?
Será que tudo isso, é isso mesmo? 
É aquilo que foi dito?
Porque dizem "o que a boca fala, o coração ta cheio"
Será que é isso mesmo?
O que eu sinto?
O que eu senti?
Qual é a verdade nisso tudo?
Eu nunca sei.
E também sei que nunca irei saber.
O que temos por dentro,
É só nosso.
Particular.
Só meu.
Só seu.
Segredos que nunca contamos a ninguém,
E não por falta de confiança,
Só porque são:
Confusos
Tristes
Pesados
Frios,
tão frio que congela tudo.
Ou quentes,
tão quentes, que sinto queimar todas as partes do meu ser.
Segredos que machucam
Que doem.
Que não queremos lembrar.
Tocar. 
Deixa eles ali, guardados na caixinha do esquecimento.

Mas penso sobre as palavras soltas
Que é sobre isso que eu vim falar.
Palavras soltas num dia frio.
É foda, né?!
Uma palavra dita, uma, pode fazer com que você sinta,
de verdade, com que você consiga sentir um soco no estomago,
tão forte, que fica sem ar.
Ou como uma bala atravessando o seu peito.
Como se queimasse tudo por dentro
E você só não se mexe.
Não fala.
Não consegue reagir.
E essas palavras soltas sempre vem em momentos que as coisas estão meio "altas"
Quando o clima esta frio
Pesado
Quando os sentimentos estão um pouco alterado.
Eu acho.
Sempre em momentos inoportunos.
De discussões,
Conversas mais serias.
Em momentos não tão legais.
Eu não gosto delas.
Algumas vezes, eu gosto, na verdade.
Mas a maioria são em momentos que sua cabeça gira e você fica se perguntando: porque?
Na verdade, eu acho que são palavras surpresas.
Palavras soltas surpresas.
Gostaria de saber,
Qual a verdade delas?
Qual a verdade, de verdade, e qual a origem delas?
E porque só ditas nesses momentos?
Por quanto tempo elas estão ali guardadas?
Quanto tempo elas estão ali, esperando para serem lançadas?
E porque, quando ditas, elas causam um estrago?
E outras vezes, elas não causam nenhum estrago?
No fundo, eu até sei, que são as pessoas que as lançam, que fazem essa diferença gigantesca.
Pessoas especificas.
Talvez, especiais.
Mas eu queria mesmo entender,
Porque algumas delas machucam, 
Se são só palavras?  

_

Eu sumo e desapareço daqui.
Volto sempre com a esperança de ser algo bom.
Mas tem sido anos complicados aqui dentro.
Eu tenho engatilhado na ponta da caneta mil textos,
Mas queria falar sobre algo que não fosse tão pesado.
Aparentemente.